banner_margarida_siteNo dia 12 de agosto de 2015, companheiras, mulheres da Bahia, trabalhadoras do campo, da floresta e das águas, mulheres trabalhadoras das cidades, seguem em marcha conclamando os movimentos sociais e a todos os companheiros de luta, juntando forças para manter nossa coragem e ousadia na disputa de classe em defesa do projeto democrático que elegemos para o país.

Todas juntas na luta por um Brasil soberano, democrático, laico, justo e igualitário e por uma vida livre de violência, com autonomia, igualdade e liberdade para as mulheres.

Nós, as margaridas do campo, da floresta e das águas estaremos nas ruas de Brasília, em marcha por desenvolvimento sustentável com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade.

Marchando por um desenvolvimento centrado na sustentabilidade da vida humana, na defesa da terra e da água como bens comuns, pela realização da reforma agrária, por soberania alimentar e produção agroecológica.

Marchando por liberdade e democracia com efetiva participação das mulheres, em defesa de seus direitos e por políticas públicas construídas com respeito às diversas identidades, que ajudem na desconstrução de padrões patriarcais e sexistas, valorizem tradições, culturas, os saberes regionais e protejam a sociobiodiversidade e o patrimônio genético. Tais medidas devem romper com as desigualdades econômicas, sociais e políticas, vencendo a pobreza, que é maior entre as mulheres e agravada entre as mulheres rurais, negras e jovens.

Marchando para mostrar e valorizar a realidade das mulheres trabalhadoras rurais, que até recentemente não eram reconhecidas como sujeitos de direitos.

Marchando para denunciar o modelo concentrador, degradador e excludente do agronegócio, que contamina os bens da natureza e impacta na perda da biodiversidade e na saúde da população, com o uso de agrotóxicos e transgênicos; impõe tecnologias que desconsideram os saberes e culturas tradicionais; explora as trabalhadoras e trabalhadores, inclusive se valendo do trabalho escravo, e provoca a violência no campo, especialmente pela expulsão dos povos e populações de seus territórios.

Marchando em repúdio à ofensiva das forças reacionários, anti-direitos e fundamentalistas, que se utilizam dos espaços de poder, das religiões e da grande mídia para proliferar a intolerância e disseminar preconceitos, sexismo, misoginia, racismo e ódio de classe na sociedade brasileira. Neste processo atacam direitos e ameaçam a democracia pela qual tanto lutamos.