ma2 Numa das maiores manifestações pelos direitos das mulheres no Brasil e no mundo, a 5ª Marcha das Margaridas em Brasília-DF segue em seu segundo dia. As mais de 1.000 margaridas baianas unem-se as 70 mil trabalhadoras e estudantes do campo e da cidade. Nesta quarta-feira (12), elas encherão as ruas de Brasília marchando por igualdade, democracia, pelo fim da violência, por agroecologia, pelo direito à terra, educação, saúde e cumprimento de direitos básicos.

A Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultora no Estado da Bahia (Fetag-BA), os sindicatos municipais filiados e entidades parceiras, mostram sua força de mobilização e participação efetiva durante todo o evento que segue ao ritmo de vibração, luta e coragem de mulheres do campo, da floresta e das águas, numa verdadeira demonstração de que os ideais de Margarida Alves continuam vivos mesmo depois dos 33 anos de seu brutal assassinato.

A marcha segue hoje pela manhã, entre o estádio Mané Garrincha e o Congresso Nacional. A partir das 15h, a presidenta Dilma Rousseff anunciará, em cerimônia no estádio, o compromisso político do governo federal com a pauta das Margaridas.

ma12Para o presidente da Fetag-BA, Claudio Bastos, as pautas contemplam os anseios e as demandas específicas de cada região, com fundamentação e vivência de quem está na base, trabalhando e lutando diariamente por uma vida mais digna. O Caderno de Pauta de Reivindicações da Marcha das Margaridas, entregue para o governo federal e Congresso Nacional, é resultado de intensas jornadas com discussões coletivas realizadas pela Contag e entidades parceiras em todos os estados.

E seguiu pontuando. “São muitas as conquistas alcançadas até agora. Temos muito a comemorar, e iremos avançar muito mais nessa luta em especial para a Bahia, sempre com propostas políticas e unidade”, destacou Bastos, fazendo referência de que a Marcha é uma etapa de todo um processo buscando melhores condições para a mulheres do campo.
História
A primeira Marcha das Margaridas foi realizada pela Contag em 2000, quando cerca de 20 mil mulheres de todas as regiões vieram para Brasília para fortalecer a luta das trabalhadoras do campo, das cidades, das florestas e das águas de todo o Brasil. A 2ª Marcha aconteceu em 2003, quando ainda mais mulheres uniram-se na capital federal por um país mais igualitário e com direitos para todos. Em 2007 a 3ª Marcha floriu Brasília mais uma vez e, em 2011, mais de 100 mil mulheres marcharam na 4ª Marcha das Margaridas.

O dia escolhido para a mobilização é sempre 12 de agosto, dia do assassinato de Margarida Maria Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Alagoa Grande, na Paraíba. Margarida morreu em 1983, aos 50 anos, vítima de um tiro de espingarda no rosto, crime encomendado por latifundiário que se viu ameaçado pela luta constante da trabalhadora. Ela esteve à frente do sindicato por dez anos, lutando por direitos trabalhistas como respeito aos horários de trabalho, carteira assinada, 13º salário e férias remuneradas. “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”, afirmava Margarida Alves. Hoje, milhares de mulheres seguem seu exemplo de coragem e determinação e mantêm vivos os seus ideais.

5ª Marcha das Margaridas – Programação de hoje
12 de agosto – Quarta-feira
07h às 12h – Concentração e Marcha pela Esplanada dos Ministérios
15h – Resposta do Governo Federal à Pauta da 5ª Marcha das Margaridas